Os fiscais da Federação Gaúcha de Triathlon são profissionais extremamente competentes.
Além disso, eles tiveram uma paciência infinita para me orientar sobre o que fazer, onde colocar as coisas, quantas voltas devem ser dadas no circuito e outras tantas perguntas bobas que um só um iniciante é capaz de fazer.
É inevitável nessas horas a gente se perguntar: “mas o que raios eu tô fazendo aqui? Meu lugar é na frente de um computador!”
Mas não deixei esse e outros pensamentos autodestrutivos tomarem conta de mim. Concentrava-me no que tinha que fazer, arrumar minhas coisas na área de transição e observar as triatletas, que não são muitas infelizmente…
Admiro muito as triatletas. Se já é ruim para nós, homens, suportar a pressão dos malacabados que nos criticam por fazer uma coisa diferente do “normal”, eu imagino o que não dizem para elas: “mas menina, por que tu não larga essa vida de triathlon e vai na balada com as amigas pra arrumar namorado?”
Sim, “normal” é ter vida sedentária, encher a cara pelo menos todos os fins de semana e ter aquela “pança” que impede de subir mais que um lance de escada…
Então para os triatletas e as triatletas chegou a hora de alinhar na beira d´água. Coloquei os pés na água e pensei há quantos anos eu não fazia isso, pois a Praia do Laranjal é poluída. Para ter coragem de entrar, só mesmo sentindo-se obrigado a não dar vexame! A água estava insuportavelmente fria. Mas ao meu lado entraram dois atletas e um comentou com o outro: “argh..água gelada…”. Foi bom ele ter lembrado que o problema não era só meu
A multidão se acumulava na nossa volta. Voltei a me perguntar o que estava fazendo ali. Onde é mesmo meu lugar? Será que eu não devia estar carimbando papel, como faço quase todas as manhãs?
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