quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Deixando de ser um burocrata anônimo


Os fiscais da Federação Gaúcha de Triathlon são profissionais extremamente competentes.

Além disso, eles tiveram uma paciência infinita para me orientar sobre o que fazer, onde colocar as coisas, quantas voltas devem ser dadas no circuito e outras tantas perguntas bobas que um só um iniciante é capaz de fazer.

É inevitável nessas horas a gente se perguntar: “mas o que raios eu tô fazendo aqui? Meu lugar é na frente de um computador!”

Mas não deixei esse e outros pensamentos autodestrutivos tomarem conta de mim. Concentrava-me no que tinha que fazer, arrumar minhas coisas na área de transição e observar as triatletas, que não são muitas infelizmente…

Admiro muito as triatletas. Se já é ruim para nós, homens, suportar a pressão dos malacabados que nos criticam por fazer uma coisa diferente do “normal”, eu imagino o que não dizem para elas: “mas menina, por que tu não larga essa vida de triathlon e vai na balada com as amigas pra arrumar namorado?”

Sim, “normal” é ter vida sedentária, encher a cara pelo menos todos os fins de semana e ter aquela “pança” que impede de subir mais que um lance de escada…

Então para os triatletas e as triatletas chegou a hora de alinhar na beira d´água. Coloquei os pés na água e pensei há quantos anos eu não fazia isso, pois a Praia do Laranjal é poluída. Para ter coragem de entrar, só mesmo sentindo-se obrigado a não dar vexame! A água estava insuportavelmente fria. Mas ao meu lado entraram dois atletas e um comentou com o outro: “argh..água gelada…”. Foi bom ele ter lembrado que o problema não era só meu -)

A multidão se acumulava na nossa volta. Voltei a me perguntar o que estava fazendo ali. Onde é mesmo meu lugar? Será que eu não devia estar carimbando papel, como faço quase todas as manhãs?

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