quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Exorcisando os 300 metros


O curioso é que na hora da largada não senti aquela explosão de adrenalina que os atletas tanto comentam. Até abanava para os meus colegas de trabalho -)

A largada consistia em correr da beira da praia até uma bóia que ficava dentro d´água. Larguei atrás e estava muito calmo, apenas acompanhei o pessoal.

Nadar numa lagoa é totalmente diferente do que se faz numa piscina. Primeiro problema é a falta de orientação, já que num triathlon a gente se guia pelas bóias, e como elas ficam num lugar distante e com a lagoa cheia de ondas, fica muito difícil, às vezes impossível de seguir o caminho correto. Na verdade, eu me orientei seguindo o pessoal. O segundo problema é respirar. Às vezes engolimos água treinando na piscina. Mas há ondas numa lagoa. Acho que de vez em quando dá para surfar no Laranjal. Assim, muitas vezes quando viramos a cabeça para respirar vem uma barreira de água na nossa cara. Engoli muita água. Ela tem um gosto metálico, azedo, podre, não dá pra descrever de tão ruim!

Mas nadava do mesmo jeito, ia lento, nada comparável com o ritmo do grupo de elite, mas ficava feliz que agora conseguia enxergar melhor as bóias e elas iam crescendo cada vez mais -)

Então cheguei na bóia que ficava no meio do caminho. Mas aconteceu um problema. Não lembrava mais para qual bóia deveria nadar ou se tinha que apenas voltar para o lugar de onde larguei. Tive que perguntar para o fiscal que estava no barco. Era ridículo nadar até a metade da lagoa e depois não saber para onde onde ir, mas fazer o quê? Sou iniciante, mais uma vez, o profissionalismo dos fiscais da Federação Gaúcha de Triathlon me salvou -)

Educadamente, o fiscal disse que tinha que voltar para o ponto de partida. Achei que ia ser mais fácil, porque iria voltar com o vento a favor. Não foi. Se na ida a dificuldade era nadar contra o vento, na volta o problema foi o vento me desviar do destino. Cheguei a perder o rumo, e do método tentativa-erro descobri que tinha que nadar praticamente na linha paralela com a beira da praia. O vento faria o resto. É coisa que se aprende nesse mundo…

Enfim terminei a parte da natação! Estava cansado, tonto, desorientado, mas ganhei do terror dos 300 metros! Ao passar pela linha de chegada uma fiscal apenas disse: “parabéns!” Foi uma das frases mais agradáveis que escutei na minha vida. Nada mal para alguém que tinha começado as aulas de natação no início de dezembro…Agora, tinha certeza absoluta que ia terminar a prova

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